A falsa legitimidade do Estado moderno

A polis cristã, ou seja, a sociedade ordenada a Deus, só será restaurada com homens que não cedam, famílias que vivam na verdade, comunidades que reconstruam as fundações

Diogo Bronze

8/4/20253 min read

1. A falsa legitimidade do Estado moderno

Os regimes modernos, nas suas várias formas (democracias liberais, repúblicas parlamentares, tecnocracias, social-democracias, etc.), apresentam-se como representantes da vontade do povo, mas esta é uma mentira conveniente. O povo é manipulado, sedado e dirigido por estruturas de propaganda, engenharia social e censura cultural. A eleição é um ritual vazio, um resquício sacramental de uma religião perdida. Os partidos são teatros controlados, expressões da mais vil humana sede de poder. As opções são falsas dicotomias. Todos se propõe resolver partes do problema, não O problema (ingovernabilidade e falta de soberania). A verdadeira decisão política ocorre extra muros, como já mencionei várias vezes, fora das instituições visíveis, e é posteriormente imposta ao povo sob a aparência de consenso democrático ou “necessidade económica”. O “governo” eleito é, de facto, apenas o rosto visível de uma máquina que responde a outras lealdades.

2. A substituição da autoridade pela vigilância

O Estado moderno já não educa, não guia, não protege. Simula tudo isso, de modo a conservar o estatuto formal mais alguns anos. O seu papel é manter o rebanho dentro dos limites ideológicos impostos por uma elite transnacional. Assim, a função do governo deixa de ser política no sentido clássico, e torna-se policial, mas de uma nova polícia: a do pensamento e da cultura. O objectivo principal do Estado já não é ordenar a sociedade segundo a lei natural ou divina, mas garantir que ninguém pense fora dos limites do discurso autorizado: Que ninguém questione o regime do dinheiro, Que ninguém conteste a revolução sexual, Que ninguém proclame Cristo ou a Verdade, Que ninguém defenda a família natural, a hierarquia, ou a tradição: em suma, a Vida. A censura deixou de ser pontual e passou a ser estrutural, na medida em que é cultural, já não é imposta. É mediada pelos media, pelas plataformas digitais, pela educação, pelas leis de “discurso de ódio”. A vigilância é omnipresente: tecnológica, psicológica e até espiritual.

3. O inimigo com nome proibido

Toda esta estrutura é animada por um poder que permanece oculto, mas cujo rasto é visível para quem quiser ver: Está na promiscuidade entre o poder financeiro internacional e as instituições políticas; Está na destruição sistemática da cultura cristã; Está na promoção de uma antropologia falsa, que redefine o homem, a sexualidade, a autoridade, o direito e até a realidade. Esse poder é o inimigo do género humano (1 Tessalonicenses 2,15-16), o mesmo denunciado por Cristo e pelos santos: aquele que odeia a ordem criada por Deus. Não é apenas humano, é espiritual. Mas tem instrumentos terrenos: bancos centrais, fundações filantrópicas, agências globais, lobbies ideológicos, seitas revolucionárias e sociedades discretas. É um poder que se infiltrou nos Estados e transformou os governos em proxys da sua própria guerra contra a civilização cristã. Já não há separação entre o Estado e o Grande Capital, entre a política e a engenharia social, entre o parlamento e o laboratório.

4. A perda da polis, e a missão da contra-revolução

Quando a polis deixa de ser governada pelo bem comum, quando a lei é escrita contra a verdade, e quando os representantes do povo servem outro senhor, então a polis morreu. Vive-se numa estrutura ocupada. Um regime de ocupação invisível, mas total. Mas esta constatação não nos deve conduzir ao desespero. Pelo contrário: desvenda-nos o nosso dever. A resistência começa pelo pensamento livre, pela rejeição da mentira ideológica, pela restauração da doutrina verdadeira, e pela reconstrução das estruturas paralelas que podem dar abrigo ao remanescente fiel. A polis cristã, ou seja, a sociedade ordenada a Deus, só será restaurada com homens que não cedam, famílias que vivam na verdade, comunidades que reconstruam as fundações, e homens que não temam morre pela Verdade, como sempre.